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Patápio foi o primeiro instrumentista a gravar um disco solo no Brasil. O flautista celebridade chegou em Florianópolis dia 12 de abril de 1907 com concerto marcada para dia 18, no Clube 12 de Agosto, que se localizava aqui.
Seguir a carreira de músico era uma das poucas possibilidades para os jovens que vinham de famílias pobres. Patápio era mulato, de origem humilde, nascido em Itaocara (RJ) e criado em Cataguases (MG). Passou pelo Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro onde se destacou como compositor e músico.
Em Florianópolis, Patápio se hospedou no Hotel do Comércio, localizado na Rua Altino Correia, atual Conselheiro Mafra. Ali, realizou ensaios acompanhado de outros músicos locais, como Maria Sales, Luiza Couto, Leonie Lapagesse e o maestro Adolfo Melo.
Na chuvosa e tempestuosa noite de gala do concerto, quem estava se preparando foi surpreendido pela notícia que não haveria mais espetáculo. Patápio havia sofrido um mal-estar repentino e o evento seria adiado. Não imaginariam que as duas horas da madrugada, ao invés de estar no palco, Patápio estava morto.
A notícia comoveu a cidade pela manhã. Os boatos foram que um jovem rapaz em pleno vigor só podia ter sido envenenado, no bocal da própria flauta, por um político local interessado na bela mulher que o acompanhava em turnê. Ela era Lady Mafaldi, uma atriz e cantora italiana. Ninguém sabe até hoje do que morreu o flautista, mas provavelmente o relacionamento entre Patápio e Lady Mafaldi causou estranheza na pequena população conservadora de Florianópolis, afinal, ela era uma mulher branca e ele um mulato.
Foi realizado um cortejo para levar o corpo de Patápio, do Hotel do Commercio até o Cemitério Municipal. Seus restos mortais foram exumados em 1915, remetendo eles à família que o sepultou no Cemitério de São francisco Xavier, no Rio de Janeiro.
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Este texto foi elaborado com base nas seguintes pesquisas:
Patápio Silva: trajetória do flautista interrompida em Florianópolis, por Maurício Oliveira publicado em História Diversa, africanos e afrodescendentes na ilha de Santa Catarina
Almanaque do Choro, livro por André Diniz, publicado em 2003
Ilha de Santa Catarina, livro iconográfico por Gilberto Gerlach publicado em 2015, Tomo I e II